COM EDUCADORAS DESTAS, QUEM PRECISA DE GANGS?

Pois é, queridos, às vezes a blogosfera prega-nos cá uns sustos que quase andamos à roda! Estávamos nós a cuscar calmamente blogs desconhecidos, quando demos com o de uma blogger maravilhooooooosa, mulher do Norte, mãe de família e, nem de propósito, especialista em educação de infância. Depressa percebemos que ela se esforça imenso por parecer bem, estando em Cascais a lutar pela vida e a esgravatar - ou não fosse ela uma orgulhosa mãe-galinha - para dar o melhor aos seus, a jóia! E, como boa social climber que é, assina Kiki (para parecer Espírito Santo, será?) e trata os filhos por 'você'. Olhem, uma querida, cheia de vigor e iniciativa, que tem sabido usar os contactos via blog para equilibrar as contas. Aqui está ela, bem satisfeita com tudo o que alcançou já, qual Linda de Suza (em versão migrante) esforçada e valorosa, abraçando um parent-, perdão, um exemplar asinino lá da terrinha:

O que aqui interessa agora é um pequeno 'post', ao estilo fait-divers bem-humorado, que a doce da Kiki intitulou "Percebes que está um dia de vento...". Reza assim:

...Quando vais a passar na 2ª circular, quase em frente à pista de aterragem do aeroporto, e o pequeno aparelho aeropilotado que está a passar por cima da tua cabeça, fica com uma asa virada para a terra e a outra para o céu!  

E quase largas um pum com o susto! ****

Bem, o Tio Dolce literalmente caiu da cadeira Panton onde se encontrava confortavelmente sentado, tal o choque ao ler esta pérola literária. Não se trata daquela vírgula cabeludíssima na terceira linha, ali a separar o sujeito do predicado, não. Quanto a isso, nós sabemos que a (nobre) função de uma educadora de infância é ensinar o desfralde e como pintar dentro dos riscos, e não ser especialista de pontuação e sintaxe. A questão é outra, de ordem sociológica. Como disse, darling? Largou um quê?... Oh, a querida não sabe que as senhoras de Cascais não fazem - jamais de la vie - quaisquer referências escatológicas? Aquilo não é a Areosa nem o Bonfim, que pensa, honey?

Espicaçados por este descuido da wannabe cascaense, fomos farejar mais 'posts' de sua lavra. Entre bocejos, lá encontrámos finalmente outro diamante em bruto. Trata-se de um post chatérrimo muito profundo sobre os efeitos nefastos da crise em todos nós (yaaaaawn!). A páginas tantas, diz a Kiki Espírito Santo:

Tudo isto porquê? Por causa de 30 anos de má gestão de pessoas que não são responsabilizadas por isso. Que continuam a receber pensões sobre as asneiradas que fizeram, que têm milhões em offshores e vivem em apartamentos de luxo em Paris e que... [blá-blá-blá] 

E isto deixa-me f*dida! Deixa-me f*dida mesmo!

Uuiiiiii! Esta foi mesmo a direito! E em duplicado, en plus! Pelos vistos, houve quem não gostasse do uso do vernáculo, ainda mais num blog familiar cuja administradora adverte, na página dos comentários, que não tolera linguagem imprópria por parte dos leitores. Em resposta a essas críticas, a amorosa da Kikocas escreveu novo post a defender-se:

Bem, este post devia ser colado à porta de todos os jardins de infância por esse Portugal fora. É um autêntico manifesto de puericultura! E a verdade é que todos devemos aprender com uma especialista encartada em educação de petizes! Ora vejamos o que a Kikuchas dear proclamou para a posteridade:

• Palavrões por casa, claro, "sempre que necessário como forma de desabafo"! 
• E em frente às crianças?! Pois sim, que elas sabem perfeitamente "quais as palavras que só os crescidos podem dizer". Oh, que magistral lição de pedagogia! Que perspicácia infinita! Nada como o poder do bom exemplo! 
• Quanto a dizer palavrões no blog, pois claro, também. Maravilha! Mas, afinal?... Ah, somos nós que estamos a fazer confusão, esqueça. 

No que toca à última frase, bem, sua amorosa, ela fala por si. Aqui a Bichana é que ficou com os cabelos arrepelados por a imagem nos ser dada "por trás". Mas isso é ela, que é um pouco pudica. Já o Dolce adorou, pois é fã dessas geografias (ainda que não propriamente no feminino, mas adiante).

O blog da querida não se devia chamar "Família de 3 e 1/2" mas "Dê-nos Deus o quilo e meio"...

Sempre vossos,

Dolce e Bichana