As grávidas queridas que pululam, às centenas, por essa blogosfera crêem piamente que o seu estado de graça tudo lhes desculpa. Comer como abadessas? Oh sim, claro, a criança precisa de nutrientes. Desenvolver barrigas gigantescas? Oh, evidentemente, é tão giro ter um barrigããããããããão! Engordar 30 kilos? Não faz mal, é só por nove meses, assim é que é uma gravidez a sério, depois "vai tudo ao sítio"! Ainda por cima, acreditam candidamente que a gravidez é sempre bonita e agradável de se ver (daí a quantidade indigesta de fotografias, aos milhares, e de sessões, mini-sessões e vómito-sessões que as queridas atiram às trombas dos leitores incautos).
Crenças vãs de cabecitas ocas, está bom de ver! No artigo de hoje, meramente documental, trazemos à atenção dos nossos estimados Leitores dois casos que ocupam os extremos deste cenário. À esquerda surge a nossa adorada Fezinha que, benza-a Deus, é um caso verdadeiramente único de elegância genética: no fim da segunda gravidez, ostentava a silhueta invejável que se vê abaixo, sem um grama a mais e com uma linha abdominal singularmente enxuta. À direita, contudo, está a nossa queridérrima Ties, ainda a uns meses do fim da gravidez. Palavras para quê?...
Obviamente, passados os ditos 9 meses é que a verdade vem ao de cima e os excessos gritam, rugem, berram aos céus. Ora vejam as duas amorosas no pós-parto, em traje de passeio:
Catarina,
darling, será que a menina ainda não percebeu? Tantas papas de sarrabulho deram nisto. Acha bem? O Tio Dolce fica horrorizado quando as senhoras não sabem tomar conta de si e fazem estas tristes figuras, e é por estas e por outras que a Bichana não quer ter filhos por nada deste mundo. Imite a sua amiga Fe, mas é, que vai ver que a sua saúde agradece! Ou, pelo menos, pense duas vezes antes de sair à rua com calças a marcar a cintura, com o cós quase debaixo dos braços e com um padrão que lhe põe uma arroba em cada coxa!
E nestas duas outras fotografias, exibindo os seus ventres abençoados, o problema torna-se ainda mais gritante. A grande querida da Fezinha, mais uma vez à esquerda, aparece com oito dias de puerpério (sim, leram bem: OITO dias). À direita está a nossa reboluda
Ties, três meses depois do
acouchement (ou algo assim), numa imagem arrepiante que parece tirada dos Gremlins:
Ah pois, 30 kg dão nisto. E depois a marota vem-se lamentar: que eu tenho de viver com isto; que não é justo; que eu tanto queria a minha barriga de volta; que eu até nem comi assim tanto... Olhem, confrangedor. E o galinhedo que veio logo em coro dar apoio à "mãe maravilhosa" e à "grande mulher" que ela é? Um exército de gordas. Que ela é que está bem; que assim é que deve ser; que lhe dão os parabéns por ela ter coragem de ser uma "mãe real"; que o corpo deve exibir as marcas desse feito inédito que é gerar e parir; que as marcas são fabulosas... e tolices assim. Ouçam, o Tio Dolce ri-se às gargalhadas destas amorosas, que o inspiram imeeeeeeenso para as brincadeiras de
drama-queen que ele gosta de fazer com os amigos.
Em contrapartida, a Fezinha pôs a capoeira inteira num frenesim ainda mais desgraçado com a imagem do biquini preto, em que surge esplendorosa e lisa como uma tábua de engomar. Aqui o coro foi de críticas: que não se admite; que não está certo ela exibir um corpo assim a oito dias de dar à luz; que devia ser presa; que aquilo era chocante; que fazia as outras parturientes sentir-se mal, etc. etc. Olhem, parecido com isto só mesmo o caso da Carolina Patrocínio, que foi linchada em auto de fé por se ter atrevido a ficar resplandecente não só durante, como imediatamente após a gravidez! Os Tios mostram um
exemplo revelador, de uma querida iluminada que, tendo ficado com uma "barriga linda" (palavras da jóia), não gostou mesmo nada da imagem do biquini preto:
Donne, donne! Oiçam o Tio Dolce, suas grandes queridas:
essere invidiosa è brutto e cattivo per la pelle!
Sempre vossos,
Dolce e Bichana